IN THE WOODS...AVANTGARDE, ORIGINAL E AINDA EXTREMO!
(Misanthropic Records)
NOTA: 9,5 / 10.
Por: Tiago Siqueira - Akkeldama Zine.
A trajetória dos noruegueses do In the Woods...
sempre foi permeada pela imprevisibilidade e audácia. Isso é comprovado desde a época das demo tapes. Me lembro que em 1995 caiu em minhas mãos a inovadora e cult “Isle of Men” aonde mostrava uma banda super talentosa, com altas doses de elementos Avantgarde em sua música, mas muito enraizada ainda no tradicional Black Metal norueguês. Os lançamentos que vieram após essa fase, se afastaram cada vez mais do Black Metal nórdico. Se você quer deixar o baterista e fundador original da banda Anders Kobro encabulado, rotule o In the Woods...de Black Metal. Como ele mesmo afirmou em recente entrevista ''Black Metal definitivamente não é uma descrição adequada ou precisa para o In the Woods...Em primeiro lugar o conteúdo lírico nunca foi de Black Metal e nem a imagem''. Posto isso basta ouvir esse “Cease the Day”, assim como o resto da discografia da banda com a postura e mente abertas o máximo possível que você conseguir. Porém “Cease the Day” aproxima e muito o In the Woods...daquele passado mais pesado e sombrio da primeira fase. Após o mais voltado ao Progressivo “Pure” de 2016, a banda flerta agora com passagens mais agressivas, melancólicas, com o uso de vocais rasgados e riffs que conectam a banda com a cena norueguesa dos anos 90!
Um álbum como “Cease the Day” é repleto de momentos e letras introspectivas, com muita melodia, esbanjando talento em cada instrumento, arranjos e conduzidos por vocais limpos, cujas letras em inglês, tornam-se bem audíveis para àqueles que compreendem o idioma.
Parece estranho a banda ainda não figurar no hall dos medalhões similares como Ulver e Borknagar. Talvez o hiato entre os discos e turnês ainda os façam pertencer àquele nicho de bandas Avantgarde conterrâneas como Ved Buens Ende e Fleurety, status esse que pode ser quebrado com essa nova fase de lançamentos espetaculares!
“Cease the Day” é um disco para se ouvir de mente e espírito abertos, sem preconceitos, mas não se engane. Nada aqui tem a ver com texturas Pop ou mainstream. É melancolia, introspecção e climas noturnos, como bem sugere o título do disco, uma antítese ao Carpe Diem poético, do início ao fim.
A embalagem e apresentação gráfica, como de praxe nos lançamentos da Misanthropic é um primor, com caixa cartão protegendo o pack acrílico contendo encarte com letras.
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